quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Relembrando...

Turbilhão de coisas acontecendo e eu nao lembrando minha senha do blog!
Súbito lapso e tá eu cá logado.

Pra registrar o momento rapidamente:

- Tomas More - A Utopia para refrescar um tipo de valor míope no conjunto da obra diária humana.
- Eleição - Para um mesmo comportamento, com as mesmas mazelas e opiniões viciadas no mundo social da classe média.
- Amor - Sim ele apareceu como em um farol escondido. Pela falta da a novidade de um, apareceu a surpresa de outro. A vida como ela é, sempre.

O gancho é necessário e a pressa existe para depois voltar aqui e tentar detalhar, até para eu mesmo poder lembrar e mapear os dias na estrada.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Ex-exemplos

Desisto de saber como fazer o fazer sentido, é como se os exemplos quisesem calar o coração. A idéia de, não precisava necessariamente passar por uma imagem.

Não adianta desistir agora, porque o mundo é grande o suficiente para perder você nos seus próprios sentimentos. E nada mais esperado, porque esperar é acreditar!

Exemplos e sentimentos, como se combinam? Em cada um nasce outro diferente, mas ao mesmo tempo o mundo todo se rende a Shakespeare.

Vou contar um sonho que tive, ou talvez seja mesmo uma lembrança de uma época em que o mundo era maior pra mim. Minha mãe falava que eu tinha de me comportar pra ir pro céu. Só que eu tinha medo, porque era tão alto!...Até onde vai o céu dos anjos? E eu então falei:

- Só da pra ir agarrado em uma estrela...
- Filho, a gente não consegue agarrar uma estrela!
- Mãe a gente sobe pro céu não é? Pode pegar estrela também!

Foi um papo que aconteceu com javascript:void(0)alguma explicação. Sem exemplos. Deve ter sido simples quanto deitar no céu mais estrelado daquelas praias....

domingo, 18 de abril de 2010

A volta do que não foi.

Quase um ano longe do meu caderno...

Meus dias não tem me deixado atrás da estórias. De lá pra cá, dois filhos de amigos nasceram, dois casais de amigos casaram e dois artistas famosos morreram...

Acendi as luzes atrás de mim, vi que uma pequena vida havia passado. Amores nasceram, outros morreram e hoje mesmo comecei a colecionar as figurinhas da copa do mundo. Andei me deparando com Neruda e suas perguntas. Tentar as respostas me faziam ganhar mais algumas horas à fora.

De fato, as cenas vão trocando de cenário bem rápido. Quero aprender a não levar tão a sério, a não me fechar em processos,a não caber dentro de uma caixa. A criatividade depende do tamanho do horizonte que se enxerga, e a praia nesse sentido, continua me estimulando. A praia e o caderno, como sempre.

A vida anda corrida, mas nas minhas voltas pela casa, não voltarei a deixar de regar esse jardim.

domingo, 9 de agosto de 2009

O Gato e o Besouro

Exatamente ás 6 horas da manhã do dia 24 de dezembro eu acordei. Talvez o ar de um dia de Natal não deixou eu voltar a dormir. Engraçado não querer dormir as seis? Ah, se eu ainda tivesse o luxo de escolher o dia de perder o sono ao azul escuro das seis...Pensei em ir às pedras mas estava garoando, e eu não estava tão acordado assim.

Resolvi então ficar na sala comendo bolo e imaginando que na mesma hora do amanhã, eu estaria dormindo ou comendo a salada de fruta da ceia. Percebi também, que tinha lembrado dos meus sonhos. Quase nunca lembro, e assim fui buscá-lo na esperança de dormir e sonhar de novo. Até que estava curioso o estado do silêncio. O vermelhão das luizinhas junto com o céu cada vez mais azul claro, pensei até em abrir uma cerveja.Foi então que descobri que eu não era o único acordado. O papai noel poderia estar, mas não era ele....era o meu gato.

Estava embaixo da árvore de natal, estático, com a pupila do tamanho de uma bolinha de gude. Parecia o rambo nas barricadas do Vietnã. Pensei comigo - Porque esse senhor não está dormindo? ele devia saber que amanhã ele não vai dormir, porque aqui em Santos, turista sem noção tem mania de soltar fogos no Natal....e o bicho fica louco. Mas ele não queria comer, e nem conversar....ele estava olhando para o teto. Fazer o que, fui olhar também, de repente era a alma penada de um rato. Olhei....tinha um besouro. Cara, um besouro minúsculo, mas só de sombra parecia uma tartaruga. Imponente. Cheguei mais perto pra ver e senti o valente la embaixo dar uma miada. Ele podia ta dizendo duas coisas - O porra de moleque, sai daí, eu ja tô aqui embaixo pra ele não me ver!, ou - Mermão, sai daí que senão vai fica pequeno pra tu, o cara é grande.

Queria saber no que ia dar aquilo. Situação engraçada. Não deu outra, fui colocar um samba pra passar o tempo. Passa 5, 10 minutos e os bichos não cansam de ficar parado. Após um tempo, como que no stress de um besouro - estátua, o inseto decidiu dar uma voadinha. O gato ficou louco. Saiu debaixo da árvore com cara de fome, só faltava virar o batman.A cena era essa: preto - vermelho - preto, um gato pulando e o besouro voando. Os dois pareciam felizes, um por saber voar e outro por pensar que vai pegar. Era o natal do meu bixano. A gente gosta de comer pernil e soltar fogos e ele gosta e pegar besouros. Que bom que pelo menos ele aproveitou, porque no dia seguinte só ficou embaixo da cama.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mundo de universos

Um dia, em uma segunda-feira,ouvi Saramago dizer através da única mulher que ainda via no mundo:

- Amas o teu marido?
- Sim, como a mim mesma. Mas se eu cegar, se depois de cegar deixar de ser quem tinha sido, quem serei então para continuar a amá-lo, e com que amor? Antes, quando víamos, também haviam cegos, poucos em comparação. Os sentimentos em uso eram os de quem via, portanto os cegos sentiam com os sentimentos alheios, não como cegos que eram. Agora sim, o que está para nascer, são os autênticos sentimentos dos cegos e ainda vamos no princípio, por enquanto ainda vivemos da memória do que sentíamos...

O quanto será que isso representa nas relação das pessoas nos próximos séculos? Romeu e Julieta foi publicado em 1562 e é difícil imaginá-los dentro de personagens de uma narrativa contemporânea...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mata virgem...

Você é um pé de planta
Que só dá no interior
No interior da mata
Coração do meu amor
Você é roubar manga
Com os moleques no quintal
É manga rosa, espada
Guardiã no matagal
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Úmida de orvalho
Que o sol não enxugou
Você é mata virgem
Pela qual ninguém passou
É capinzal noturno
Escuro e denso protetor
De um lago leve e morno
Teu oásis seu amor
Qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
qual flor de uma estação
Botão fechado eu sou
Se amadurecendo
Pra se abrir pro meu amor
Úmida de orvalho
Que o sol não enxugou
Você é mata virgem
Pela qual ninguém passou
É capinzal noturno
Escuro e denso protetor
De um lago leve e morno
Teu oásis seu amor.

Raul..pra sempre..

terça-feira, 24 de março de 2009

Ponto e virgula


0 ponto, a praia, a vírgula, o chão.
A frase, a estrada, o texto, o céu.
O pau, a pedra, o caminho,o vento.
O bolo, o gosto, a manhã, o gostoso.
O freio, a partida, a música do dia.
Diego, um, dois, de novo.

De novo a vida...

O asfalto, a esquina, o teatro, a oficina.
A sina, pausas acima, prédios lá em cima!
Senhores aos cantos e carros. Juntos.
Avenidas, as formigas, as corridas. Paulistas!
Pássaros, corrente, raros e à frente!
Andam, voam, cantam no mundo....

Cantam a vida...

A prece de graça, o banco da praça
A prece, a graça. No banco, a fé.
Amanhã, amor. Presente, dor.A fé!
Por tudo, por nada. No céu sem asas.
Na placa, a seta. Na estrada, a reta.
Na dúvida que sai. Na esperança que volta.

Vida vai...

Um dia a poesia reclamou dos pontos
Ao lidar o poeta com as interrogações
Disse ela que pontos não fazem um verso
Disse ele que fotos fazem uma vida
Perguntou ela o que são as fotos
Entre palavras e pontos, perguntou ele...

O que é a vida?