domingo, 25 de maio de 2008

Tão presente

Os anos se passaram
Longos dias que não passei
As histórias que contaram
Dentro delas me guardei

Passado rasgado....

Do céu até o chão
De mim até ti
É tempo tentar o tão
O tempo todo aqui

Meu só que busca saber
Se há o amanhã em mim
E hoje é tanto em ter
A minha vida do sim

O meu amor continua
Vivendo
O meu sonho acorda
Morrendo

Coração, meu quadro
Minha tela sem tinta
Sem flor, sem palco
E meu desenho, tão colorido.

Presente sonhado......

terça-feira, 20 de maio de 2008

With a little help

A maioria das músicas internacionais que eu gosto, principalmente Beatles, faz com que eu seja obrigado a cantar tudo errado, se contentando na viagem sozinha da melodia com uma letra inexistente. Fica bem ruim para muita gente, mas pra mim não. Isso que interessa, porque ela vai na cabeça contra motor de carro em avenida lotada.

Porém, como o que quer viver as vezes nasce mesmo, eu consegui decorar uma música certa! E confesso que é legal cantar no inglês que os moradores da Inglaterra falam. Decorando certinho, eu sei que nunca seria um músico porreta. Quando estivesse no auge do solo, eu ia viaja tanto no som, que a mão esqueceria do instrumento. Vamos lá, segue a música decorada, with a little help...


With A Little Help From My Friends
The Beatles

Composição: John Lennon & Paul McCartney

What would you think if I sang out of tune?
Would you stand up and walk out on me?
Lend me your ears and I’ll sing you a song,
And I’ll try not to sing out of key.

Oh, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends.

What do I do when my love is away?
(does it worry you to be alone?)
How do I feel by the end of the day?
(are you sad because you’re on your own?)

No, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends

Do you need anybody?
I need somebody to love.
Could it be anybody?
I want somebody to love.

Would you believe in a love at first sight?
Yes I’m certain that it happens all the time.
What do you see when you turn out the light?
I can’t tell you, but I know it’s mine.

Oh, I get by with a little help from my friends,
Mm, I get high with a little help from my friends,
Mm, Gonna try with a little help from my friends.

Do you need anybody?
I just need someone to love,
Could it be anybody?
I want somebody to love.

Oh, I get by with a little help from my friends,
Mm, gonna try with a little help from my friends.
Oh, I get high with a little help from my friends,
Yes, I get by with a little help from my friends,
With a little help from my friends.

sábado, 17 de maio de 2008

Internetês no ônibus

São Paulo costuma a ter os seus dias previsíveis. Mas graças a teimosia de quem é um pouco otimista, eu não conseguia saber do meu paradeiro à meia-hora futura dentro de um ônibus. Pensa-se no vento gelado que ninguém pode muito com uma gripe aflorada. Do vendaval que batia e gripado como estava, cuidei de fechar as janelas, guardando o vento do lado de fora.

Foi então no silêncio das janelas fechadas e dos passageiros vagando em outro mundo, que uma conversa de fundo ganhou corpo. Era motorista e cobrador, atentos, com sede de voz:

- Mai Zé, rapai, eu num pensava que esses negócio de computadô ia tão longe assim não!


- Arre! Ô Jão, tá tudo em conté canto! Açogue, padaria, farmácia...pode olha nas faxada aí...

- É que eu tô abismado memo é com meu muleque, pricisa vê Zé, o danado acha tudo naquela coisa.

- Acha tudo? Tem o mapa das rua toda? Pode sê também dos programa que tem dentro dele.

- Não é só de rua não! Ele escreve futebol e aparece o que ele quisé de bola, time, classificação. Esse domingo memo comemo uma dobradinha, e num é que o muleque me tira a receita do computadô?! Ele diz que é um tal de Gúgo.

- Vixi, mai que raio de Gúgo é esse Zé?

- É um negócio que você escreve e ele te dá o que você qué. Parece aqueles filme do gênio sabe? Tá doido rapai! Eu nunca vi isso! Se tu escreve 51 lá, ele vai te dizê o que é. Daqui a poco eu vô no bar com a patroa e vô te que escreve nesse Gúgo também.

- É rapai, tá tudo mudano. Meu moleque vê isso todo dia na escola. Otro dia ele chegou em casa pedino pra eu compra uma web-cam pra ele.

- Bi-cama? O que tem bi-cama Zé?

- Eita cabra! É web-cam, dessas câmera que computadô tem. É como se fosse um telefone que da pra vê a pessoa.

- Vixi, mai dessa bi-câmera eu não sabia também. Esse mundo vai longe Zé! Eu to loco pra aprende esse negócio. Vô vê se entro nessas escola da prefeitura, o mai rápido que eu pudé.

-Óia aí Zé, já tem uma aí na esquina, anota o número!

- Mai é já. Se não rapai, o filho vai acaba dando aula no pai!


E a conversa fugiu, entrou a do trânsito. Na do trânsito, o ouvido cá já voava, queria guardar sons para transcrever, o mínimo que fosse, o mínimo que aqui coube, o mínimo que convém lembrar. Penso no meu filho, que pode vir a falar um bom chinês, manobrando máquinas que fogem aos meus costumes de tantos anos. O mundo é grande, porém para nós cabe em alguns anos. O Brasil é grande, porém pode caber um ônibus. O único certo memo é o Jão, o mundo vai longe, e de qualquer maneira, nós é que vamos ficando.