sábado, 29 de dezembro de 2007

Ano Novo de um dia


Relembrando o último dia de todos os meus últimos anos, vêm junto os fogos no céu, o abraço das pessoas e a comida farta. É muita coisa! Realmente é uma data que todos esperam. Com a esperança que move o estado passageiro, o tempo também é um companheiro que ás vezes não percebemos muito bem.


O tempo anda conosco na hora da ceia, entre os abraços e no brilho do olhos ao ver um céu colorido. Na ceia me parece comendo junto, pendurado na parede. Nos abraços, está no óculos do vô, na sabedoria do pai, na namorada do filho e na novidade do bebê. E o tal do tempo, que impõe a nossa finitude , até show pra nós ele dá! Afinal, se o céu colorido fosse para sempre, show não seria mais.

E o tempo que faz a festa chegar, traz consigo uma dor escondida, um vilão que deixou de entrar no espetáculo dos olhos, mas que ainda fica na coxia... Sinto por vezes, como se os homens remediassem essa dor . Divide-se o tempo em capítulos para que se multiplique a vida, as festas e as esperanças. Achou-se 365 dias controlados pela volta do mundo para que o sentimento aprenda que muitos anos deveras vivemos. Que por uma vez estamos chegando mais perto do sempre e esquecendo que o mundo só está fazendo 2 bilhões de voltas no Sol.

De volta em volta, é difícil para muitos ter o seu tamanho como um grão de areia no vento de uma praia de pensamentos. A mortalidade é uma certeza dura. Não poderemos ler todos os livros, andar todas as estradas, ser mais do que um.....que passa. Como seria se houvesse ar fresco no espaço e asas para levantar vôo? Nos perderíamos no firmamento atrás de outros mundos, caçando uns cometas, descobrindo um lugar onde o tempo passe não tão rápido. Ah, acho que ia um povo hein!! Com certeza, os mesmos que escalam o everest! E quando chegam lá em cima....descem e continuam a querer trepar em alguma coisa mais difícil de subir.

E sendo assim, o tempo acaba sendo um inimigo companheiro que sacode e da impulso pra qualquer um que vai morrer um dia. Perdendo ou ganhando, corremos contra ele. E dividido é claro.

Já pensou se um ano demorasse para acabar o equivalente a cinco? Júpiter quivale a 9. Pessoas viveriam lá se tivessem água, arroz e feijão? Só se fosse com 9 reveillons por ano!Eu também, nesse próximo, estou com esperança renovada para o ano que vem. Espero ter bons sonhos se realizando e estar perto das pessoas que gosto. Vejo no ano novo de hoje, somente um feriado alegre com direito a fogos no céu. Muitas pessoas fazem promessas, jogam rosas no mar, acendem velas e pedem melhoras. E assim que pedem, dormem. E levantam dia seguinte. Levantam as mesmas, já criando o ritual de otimismo para os próximos finais. Não traçam objetivos. Eu que por muitas vezes não traçava, comecei com o tempo, no colorido dos fogos no céu.

Por mais que os anos passem e as guerras fiquem, soldados de hoje virarão o ano no campo de batalha. Pedirão por um ano melhor. Rezarão. Se abraçarão desejando o mesmo. E no dia seguinte, levantarão para matar seus adversários na casa deles.

Deixando de lembrar o último dia e recordando todos os outros, quem hoje vive e quem sobrevive os anos que passam? Olhando em volta, de volta em volta, na mesma volta....me pergunto se existirão mudanças com as esperanças. Chega o tempo e sussurra que a esperança vem do coração, agora a mudança não. Essa nem dos céus costuma a cair.

Mas como é final de ano e tenho esperanças, um feliz ano novo de muitas mudanças!

Acaba o ano e acaba um livro também. Acabei Mensagem de Fernando Pessoa e vou deixar um trecho....

Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que na ilha extrema do sul se olvida
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri.

Talvez palmares inexistentes,
Áleas longínquas sem poder ser,
Sombra e sossego dêem aos crentes
De que essa terra se pode ter
Felizes, nós? Ah talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez.

Mas já sonhada se desvirtua,
Só de pensá-la cansou de pensar,
Sob os palmares, à luz da lua,
Sente-se o frio de haver luar.
Ah, nessa terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem.

Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não,
Que cura a alma seu mal profundo,
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.

F.P.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Luzes de Natal.


Ah, batendo pernas se consegue ver tanta coisa! Consegue-se renovar o que ja foi deixado ontem e alcançar a cara do céu e o sentimento do dia. E batendo pernas na vida da Avenida Paulista em São Paulo é que eu vi a espera do Natal sob a garoa típica dos começos de noite.

Luzes de natal! Muitas....e com papai-noel tocando violino. Essa foi a decoração estampada em um dos prédios da avenida mais alta de todos os mundos paulistas. Quem esperava o velhinho de saco cheio escalando os prédios em busca da chaminé, viu ele tocar sax e violino com direito a dancinhas no ritmo. Além disso, o detalhe era que papai-noel tinha coração de lata, era robô. Robô fantasiado de velhinho. Antes era o vô que se vestia e ainda pensava que eu não sabia.
Dentro da sua figura hipócrita que desde sempre todos os pequenos acreditam, papai-noel, hoje robô, opera milagres. Tem coisa pior para um pai ou uma mãe contar para o seu filhote que o velho tão bom não existe? Tem coisa pior para o filhote saber disso? E ainda sim, mesmo virando coração de lata de saco cheio para poucos, papai-noel atravessa gerações! Velou-se...

Deixando a função econômica do senhor que me abandonou aos 10 anos de idade, e vendo ele agora com mais 15, posso dizer que o velhinho tem moral demais ainda viu....


Ah, o robô com os braços conseguia tanta coisa! papai-noel conseguia tocar violino melhor do que eu. No meio de um playback o braço ia e vinha para os olhos que davam atenção a um maestro. A garoa caía, mas como segurar o guarda-chuva e comer pipoca ao mesmo tempo?? Ela estava mais para a neve dos filmes do que para medo de gripe......Ah Robô, se tu soubesses como essas pessoas correm sozinhas em outros dias iguais a esse.....

Com aquela quantidade de luzes e músicas natalinas a novidade era também o silêncio. Crianças não batiam palmas, não sorriam, não gritavam, apenas olhavam. De olhos arregalados, uma com a mão na boca, outra com o saquinho de pipoca sem pegar pipoca, outra agarrada na perna da mãe. Figurinhas repetidas nas noites que não se repetem sempre.
O ambiente estava lotado. Pipoca, pessoas, apito, papai-noel e trânsito parado também. O devagar vinha do esquecimento, do lapso. Por um momento quem dirigia se sentia no mundo que não passa ou passa rápido demais.....tipo férias ou espírito de Natal. Era o momento que merecia 20 km/h por 10 segundos.

Esqueciam de tanta coisa que os carros de trás desapareciam! E os motoristas invisíveis reapareciam aos berros, parindo o devido filho através de suas buzinas. Contraste paulistano. Debaixo desse céu, nunca se amou tanto no ódio, nunca se odiou tanto no amor. Eram dois mundo em uma esquina. Enquanto na rua se xingava, na calçada se admirava o lado oposto: papai-noel robô e seu violino.

Ah, a cidade com suas contradições consegue tanta coisa! Juntar quem xinga e quem admira no natal de uma garoa, tanto natal, tanta garoa, tanta gente! É triste , mas parece lógico no meio do caos. Idealizar algo no meio de tanta coisa soa no mínimo romântico. Só diria que no meio da grosseria e da admiração, a situação tem o rosto da cidade.

Apesar de ser perto de casa, a minha volta por São Paulo nunca foi tão grande. E da mesma forma que fui e voltei, eu deixo um feliz natal a quem xinga e a quem admira o que pela vida se apresenta.


quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Cinderela Virtual

Como o começo de todos os contos e apesar de tudo o que anda por fazê-los ausentes....era uma vez, uma única vez. Era uma vez uma noite, uma menina, uma música. Nunca um só conseguiu traduzir tanto, simplesmente por ter sido único.Foi um daqueles contos conhecidos das crianças pequenas e daquelas que ficaram grandes, na qual eu me encaixo.

A diferença foi o avesso! O avesso das abóboras e dos sapatinhos de cristal...Os beijos foram longos e o tempo curto, a bebida muita e poucas horas de silêncio com cinderela na varanda do castelo. O céu ja chamava as seis com aquela cor já conhecida e cinderela se foi na confusão de seus passos. Eu acredito na coincidência de tudo....o seu carro devia mesmo ter virado uma abóbora, já que tenho certeza que ela se transformou! Virou palavras na tela de um computador. Até minhas lembranças agora estão impressas nesse tal de "veículo" da qual eu possuo cinederela e suas belas letras. Só não posso levá-la para passear.Talvez os novos tempos tentem trazer toda a grandiosidade dos caminhos por quais passamos na vida. Uma situação única como muitas pela qual nós esqueceríamos através dos dias, hoje permanece!

Era tudo para nunca mais vê-la. A impressão que têm-se de um presente efêmero se pinta de todos os quilômetros que já andamos! O mundo realmente aumentou...Ando por aí as vezes querendo encontrar cinderela, mas o que eu encontro por enquanto são carinhas, palavras e exclamações. Quando nos encontramos estamos a muitos bancos de praças enfileirados um do outro. É engraçado, antigamente existiam castelos e não internet. Devo mudar o modo que vou contar as hitórias dos contos para os meus netos?Todas as coisas no mundo me sugerem alguma coisa virtual. Estou repassando e enchendo a máquina com a minha voz e meus sentimentos. Até cinderela aderiu ao veículo das letras com todo o seu ar de momento único. Não perdemos o contato e mantemos o momento......o único que perdura.

A minha rede de caminhos são relembradas dando asas a minha nostalgia. Tenho até saudade do que não existiu, mas mesmo assim prefiro os olhos do que as telas. É que eu demoro a aprender novos jeitos de passear, de comemorar.

- Cinderela, você gostaria de dar uma volta em uns sites? Tem cada um interessante, lembrei logo de você quando vi um, um dia desses.

- Cinderela, gostaria de tomar uma cerveja e bater um papo, eu pego uma gelada daqui e você pega uma daí e fazemos um brinde!

- Ah Cinderela, se eu fosse um príncipe de verdade, eu faria um cavalo no Flash e iria te buscar pelos chats......

- (...) É realmente tenho que aprender....me ensina ou aprende comigo cinderela?Na verdade devo admitir que se não fosse a tela, nunca mais encontraria cinderela em uma grande chance! Ou a encontraria pouco em uma pouca chance. Mas mesmo assim chego a conlusão as vezes que eu não mais a vi em momento algum e tenho certeza que esse conto será decidido virtualmente, na intimidade da tela com tela....com cinderela.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Caderno de mudanças

Voltei a escrever!! Nesse meio tempo entrou uma cachorra na minha vida. Um toquinho de cachorro pra falar a verdade. O tamanho do que ela causa e o que ela quer ser quando crescer exige pelo menos um texto inteiro. Cheguei cansado mas não me conformo em cansar só de trabalhar.


A segunda se tornou um pouco especial, voltei a escrever. É extremamente desanimador no meio do expediente pensar que vou escrever. Pelo que me conheço, a minha lógica não conhece nenhuma de todas as viagens...nem das presentes e nem das futuras. O trem que parte só comporta um caderno e um pouco de solidão. As idéias por hora ficam escondidas, e confesso que me pergunto se isso pode se tornar algo que se diz para sempre. Medo talvez, pois alguma coisa se perde. Existe sempre, mas ficaria escondido cada vez mais longe.Acho que por isso não fui um bom programador. Comandos certos com respostas certas ja bastam para os meus objetivos. Ser engenheiro por outro lado, é um desafio muito grande e que eu gosto. Estou crescendo de outro jeito e aprendendo a entender as estórias que são contadas pelo próprio mundo.

Acordei com um céu azul que mais tarde virou uma chuva brava. Eu cá pensando em tudo isso sob a mudança do tempo, e vendo que as analogias estão nos milímetros e nas milhas, basta estar. Eu, por conta do azul do céu não levei guarda-chuva e consequentemente choveu. Praxe. Aliás quem ta na chuva é pra se molhar e quem não ta espera passar olhando os carros passarem. Preferi tomar uma chuvinha e rir da minha capacidade encantadora de me foder em situações críticas...já que estava atrasado.

Ensopado, me preparei para fazer a mudança no sábado. Não se trata de uma mudança de comportamento, de um antes e um depois. Era mudança dos móveis e do número de casa mesmo, daquelas que vc vira burro de carga por um dia e já começa a encarná-lo dois dias antes. Sonhei com uma geladeira nas costas e uma desmontadinha de armário nos dias ao redor. Cheguei a pensar que queria sofrer por antecipação, mas não é não. Quem já se apaixonou sabe do que estou falando. O grande dia de vê-la não saia da minha cabeça. Estou falando da geladeira. Uma daquelas nas costas é tão intensa quanto qualquer paixão. Haja paixão.Tudo feito, tudo se esquece, tudo se reapresenta e agora vem uma casa nova e um quarto novo para desenhar de quadros, cama, guarda-roupa e novas estórias.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Passageiro de passagem




Um em dois mundos
Lados que parecem partes
Só a procura de muitos
Assim a vida passa
E o passageiro corre

Tudo é barulho,
Muito do mundo é mudo
Poucas pernas separadas
Com carros a mais pelos corredores
Passageiro parado não pode
Corre passageiro!


De paisagens passageiras..
Deixe os olhos e vá com a pernas.
Passam o sol e a chuva no céu
E você no chão!
Dos ventos mais velozes...
Quem corre mais passageiro?

Que tu decore certas esquinas
E diga bom dia a elas
Se o dia realmente for bom
E principalmente ruim
É delas que surgem os novos horizontes
Passageiro....corre!

Para não perder o trem
Para o tempo não fugir
Para não abrir o sinal
Para chegar no final
Corre logo passageiro
Tu estarás te esperando em todas as partes....



CPMF e suas pessoas.


- Eu, brasileiro da silva 1, brasileiro e lavrador, nascido no interior da Bahia onde tudo é quente e o tempo tá na passagem do sol e no tanto que a chuva demora; tô dizendo que não tem tempo pra presta atenção no que a tv diz. É tanta coisa que eles falam que eu não sei da onde vem e nem pra onde vai. O dedinho de prosa com os amigo aqui é melhor e eu aprendo mais. Esses nome...CPF, CPMF, CEP... eu me confundo todo pra que serve tanto nome! E se sei, esqueço logo porque todo dia na tv tem um novo. Sei que esse negócio de CPMF é alguma coisa com dinheiro, mas o meu ta escondido e muito bem guardado. Quando eu fui pra cidade a última vez, já ouvi dizê que era imposto que a gente paga pro governo. Falaram que era de dinheiro que fica em banco. Mas até agora ninguém veio me cobra e do meu ninguém tira. Eu também não confio em banco, e lá de casa, tem que anda muito pra acha um e já falei, do meu dinheiro cuido eu!

- Eu, brasileiro da silva 2, brasileiro e comerciante, nascido no Rio Grande do Sul onde o tempo está no abre e fecha da loja todos os dias, sinceramente acho uma palhaçada o tempo que se gasta discutindo a CPMF. Porque não tiraram fora já? É imposto! O Brasil só cresce se a gente tirar os impostos. É um absurdo, político não vale o chão que pisa mesmo. Eu trabalho todos os dias, chego cansado e quando eu ligo a TV é pra ver isso. Por isso que a melhor coisa a fazer é mudar de canal...

- Eu, brasileiro da silva 3, brasileiro e analista financeiro, nascido em São Paulo onde o tempo é dinheiro, da compra e venda da Bolsa, das oscilações, dos quadros, lugares e atores do cenário internacional. Acho que o tempo que se gasta pra prorrogar ou cortar a CPMF é gasto no reflexo de interesses. Um grupo representa os que movimentam mais dinheiro e perdem a proporção disso de acordo com a alíquota e outro representa a manutenção para aumentar a estrutura da ação social corrente no país. Os dois se misturam nas farpas e acordos no meio da política de barganha e no toma lá da cá, para naturalemente vencerem nos seus interesses. No mercado financeiro mesmo, é fato que perde-se uma quantia razoável em virtude do imposto, que pode eventualmente inibir algum tipo específico de investimento.

- Eu, brasileiro da silva 4, brasileiro e revoltado, nascido em Santos onde o tempo é o mesmo do analista, do lavrador e do comerciante. Revoltado com o tempo gasto para produzir um nível tão lamentável de informação, e que refelte apenas uma questão política mais lamentável ainda. É voto que perdeu ali e voto que ganhou lá. É adiamento de votação pelo momento dos votos, é a profissão do político exaltada pelo político profissional da barganha, da superficialidade, do poder. E para decorar o bolo temos um suporte de informação baixo, totalmente distante do que merece esse país. Sento para ver o jornal e me sinto num ringue de boxe dentro do senado, onde com certeza pensando na maioria da população humilde, há informação essencial zero. Talvez seja a facilidade de formar uma opinião baseado pela verdade curta e grossa. Vamos pelos pontos:

- É um imposto que é repassado para investimento social. (ponto)
- É um imposto que retira de quem tem mais. (ponto)
- A questão que passa pelo congresso, é quase que totalmente política. (ponto)
- É mais rentável fazer o show do ringue, do que discutir o país. (ponto)
- Porque não discutir a queda de impostos que indiretamente estimulem a economia como forma de inserção social?* (deveria ser ponto)
* Como foi feito com a queda do imposto sobre o cimento e com o super simples no estímulo a pequenas e médias empresas.

Levando em conta os 183 milhões de eus brasileiros, seria bom que todos soubessem:


Ø Total de CPMF arrecadado até outubro de 2007: R$ 31 bilhões.

Ø Quanto vai para a Saúde: R$ 15,7 bilhões, ou seja, 51% do total da CPMF.

Ø Em que áreas prioritariamente o Ministério da Saúde usa o dinheiro da CPMF: exames de patologia clínica, consultas especializadas, raios-X, ultra-som, tratamento de câncer, partos normais e cesarianas, hemodiálise, doenças cardíacas e vasculares, doenças respiratórias em adultos, doenças respiratórias em crianças e transplantes.

Ø O dinheiro sai através do SUS e os estados que mais recebem são: São Paulo, Minas, Rio, Bahia, Paraná e Pernambuco

Ø Quanto da CPMF vai para a Previdência: R$ 7,9 bilhões, ou seja, 25% do total da CPMF.

Ø Todo o dinheiro da CPMF na Previdência vai para pagar benefícios rurais, ou seja, a aposentadoria dos trabalhadores rurais, garantida pela Constituição de 1988. Se acabar a CPMF, o dinheiro dos trabalhadores rurais vai ter que sair de outro lugar, porque esse pagamento é obrigatório.

Ø Quanto da CPMF vai para o Desenvolvimento Social: R$ 7,5 bilhões, ou seja, 24% de toda a arrecadação da CPMF.

Ø No Ministério do Desenvolvimento Social, todo o dinheiro da CPMF vai para o Fundo de Combate à Pobreza: R$ 7,5 bilhões.

Ø Dentro do Fundo de Combate à Pobreza, o programa Bolsa Família recebeu R$ 7,4 bilhões.

Ø Ou seja, até outubro de 2007, 98,6% dos recursos da CPMF no Ministério do Desenvolvimento Social iam para o Bolsa Família.

Ø Como o Bolsa Família gasta R$ 8,6 bilhões, 87% dos recursos empregados no Bolsa Família saem da CPMF.

Ø Além disso, o dinheiro da CPMF (R$ 90 milhões), no Fundo de Combate à Pobreza, é também utilizado para:
. Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar
. Programa de Erradicação do Trabalho Infantil
. Restaurantes Populares
. Distribuição de Cestas de Alimentos
. Construção de Cisternas

Ahhh tem dias que eu sonho que sou piloto de balão e converso com lavrador, comerciante, analista......


sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Interunesp 2007


Era pra ser o único. E foi. Era pra ser o último, não sei se vai ser. A Unesp provou mais uma vez que tem o maior e melhor jogos universitários do Brasil.

Quando eu era pequeno esperava o ano todo para chegar o natal para ver o papai noel e o ano novo para ver os fogos no céu. Cresci um pouco e e esse ano esperei novembro para ir para o interunesp. Esse ano em Franca, a estrada parecia que não acabava e foi quase no rabo de Minas que todo o chão que a gente andou valeu a pena.

Chegamos lá pelas 2h do feriado e tomamos até às 7h. Isso porque no meio da madrugada foi chegando toda a galera normalzinha do ônibus. Show de bola, disputamos até 100m com barreiras sem barreiras no meio do alojas. Mas esse ano, a gente ficou em um hotel-pousadinha bem massa, tinha até salsicha e ovos mexidos parecidos com arroz no café, e além de tudo teve um dia que a gente tomou café com o nego do Jammil. Jammil, mas conhecido como Jammilton, falava pouco e acho que não gostou de ser chamado pelo seu nome de batismo.

E o interunesp de dia?? Muito loko! A tenda (sem teto) ficou cheia, tinha muita mulher bonita, pinguço e um trio-elétrico bem grande que não andava, mas tocava todo tipo de música. Tão eclético que me me pegou no auge da surpresa. Estava lá Sandrão mostrando o porque de ser o DJ revelação do interunesp, quando do nada é retirado ao som de "fada querida" por dois chapeludos. A havaiana queria voar viu....mas era interunesp, a gente entende tudo...ou não entende nada.

A parte dos jogos foi na lógica. Bauru nas cabeças, apesar do xadrez esse ano não ter ganhado. As horas mais marcantes porém, foi no desafio das baterias e quando Bauru foi campeão. A parte dos desafios, quem tava lá viu! Arrepiou até o dedão do pé. Ginásio lotado com todos os campi cantando e fazendo hola, praticamente um arco-íris de bata. Já quando Bauru foi campeão, sem comentários, quase tomei um chão na arquibancada.

E o interunesp de noite?? Muito loko! Só que esse ae eu não lembro de muita coisa não, só do meu tênis que foi pro lixo, minha caneca que foi pro saco, de toda a galera (lembro de todo mundo!) e do montinho que eu tomei no último dia. Aliás deu pra toma tudo....tombo, cerveja e ducha quentinha no hotel.

Era pra ser o meu último....não sei se vai ser. Talvez seja como na música...

I'm gonna try with a little help from my friends......

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

O gato e o besouro


Exatamente ás 6 horas da manhã do dia 24 de dezembro eu acordei. Talvez o ar de um dia de Natal não deixou eu voltar a dormir. Engraçado não querer dormir as seis? Ah, se eu ainda tivesse o luxo de escolher o dia de perder o sono ao azul escuro das seis...Pensei em ir às pedras mas estava garoando, e eu não estava tão acordado assim.

Resolvi então ficar na sala comendo bolo e imaginando que na mesma hora do amanhã, eu estaria dormindo ou comendo a salada de fruta da ceia. Percebi também, que tinha lembrado dos meus sonhos. Quase nunca lembro, e assim fui buscá-lo na esperança de dormir e sonhar de novo. Até que estava curioso o estado do silêncio. O vermelhão das luizinhas junto com o céu cada vez mais azul claro, pensei até em abrir uma cerveja.Foi então que descobri que eu não era o único acordado. O papai noel poderia estar, mas não era ele....era o meu gato.

Estava embaixo da árvore de natal, estático, com a pupila do tamanho de uma bolinha de gude. Parecia o rambo nas barricadas do Vietnã. Pensei comigo - Porque esse senhor não está dormindo? ele devia saber que amanhã ele não vai dormir, porque aqui em Santos, turista sem noção tem mania de soltar fogos no Natal....e o bicho fica louco. Mas ele não queria comer, e nem conversar....ele estava olhando para o teto. Fazer o que, fui olhar também, de repente era a alma penada de um rato. Olhei....tinha um besouro. Cara, um besouro minúsculo, mas só de sombra parecia uma tartaruga. Imponente. Cheguei mais perto pra ver e senti o valente la embaixo dar uma miada. Ele podia ta dizendo duas coisas - O porra de moleque, sai daí, eu ja tô aqui embaixo pra ele não me ver!, ou - Mermão, sai daí que senão vai fica pequeno pra tu, o cara é grande.

Queria saber no que ia dar aquilo. Situação engraçada. Não deu outra, fui colocar um samba pra passar o tempo. Passa 5, 10 minutos e os bichos não cansam de ficar parado. Após um tempo, como que no stress de um besouro - estátua, o inseto decidiu dar uma voadinha. O gato ficou louco. Saiu debaixo da árvore com cara de fome, só faltava virar o batman.A cena era essa: preto - vermelho - preto, um gato pulando e o besouro voando. Os dois pareciam felizes, um por saber voar e outro por pensar que vai pegar. Era o natal do meu bixano. A gente gosta de comer pernil e soltar fogos e ele gosta e pegar besouros. Que bom que pelo menos ele aproveitou, porque no dia seguinte só ficou embaixo da cama.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Refugiados Locais


Devo esquecer por um punhado de tempo o que seja global, até porque quando penso em globo, lembro do mundo bola estampado em um mapa mundi. O local me soa mais íntimo. Shakespeare falava que o universo se encontra onde nós estamos. O meu no horizonte figura um pouco de céu e pessoas próximas. E no sentido pleno, isso vale para todas as coisas de todos os mundos. O nosso global chega no desejo de crescimento, seja de qual for, pelo pequeno que se é. Chega na capacidade de poder se colocar no lugar de qualquer um que está nesse chão.
Ligo a tv local. Ouço falar de refugiados. Aquelas pessoas que saem da sua terra por força política, para fugir das guerras, ou por opção religiosa. Tudo numa coisa só, são viajantes em busca de uma vida melhor. A novidade que tem é a quem vem do céu, dos mares e principalmente de nossas próprias mãos. As nuvens negras chegam em bandos maiores, mais rápidas e em qualquer céu de primavera. Os mares crescem e moramos juntos, bem perto deles. Existem pessoas que estão fugindo ou estão reféns. Acordam olhando pro céu onde a chuva pode ser uma benção de Deus ou também um pesadelo. Os que fogem de uma inundação ou de um deserto, já possuem um crachá de refugiado ambiental. Eis a grande invenção do nosso tempo, os refugiados amibientais. Essa sim, maior por todas as pessoas que tem o acesso.
Minha vó contava que era mesmo difícil uma chuva de quinze minutos alagar uma cidade. Hoje, quando jorra a água de cima ela olha da janela com olhos de novidade, olhos de uma nova invenção. Eu mesmo fico muito tempo olhando a chuva. Como pode não haver uma cachoeira em cima das nuvens? Lembrei até da história do João e o pé-de-feijão. Caramba é muita água pra ser só nuvem. Todo mundo anda pedindo um pouco mais de calma pra Deus, pra chover um pouquinho em todos os lugares. Esse negócio de aquecimento global, emissão de poluentes, o que quer dizer isso? Eu não tenho nem televisão em casa! Infelizmente quem pode decidir sobre isso são poucos , assim como aqueles únicos que tem uma chaminé bem grande. Ouço falar também de mobilização e conscientização mas ainda não sei ao certo pra quando, pois ouço já a muito tempo.
Acho que quem tem uma chaminé grande deve sentir alguma coisa também não? Bom, eu sei que esse discurso não tá na moda, mas é a única maneira no final de todas as atitudes. O que nos faz seres humanos?

Será que eles conseguiríam sentir calor, ao ver a floresta se fantasiando de deserto com um lavrador olhando para o céu amarelo e pedir uma chuva, para ter o pão na mesa da familia?

O que eles falariam a uma tribo de índios que vivem os meses sem chuva como castigo de Tupã?

O que deverá sentir uma senhora que mora a 50 anos em uma tal ilha, quando vê sua casa invadida pela praia? ´- Será que Deus quer que eu vire peixe? Devo rezar quantas vezes para permanecer na minha terra?

O que deve fazer um bicho em cima de uma árvore do Pantanal esperando a inundação acabar...ela não acaba nunca! Terá ele esperança a vida inteira? O urso polar que vê o seu chão derreter deve virar peixe ou passarinho?

Será que uma chuva de encher canelas, bundas e pescoços e igualzinho a um banho de piscina?

Nosso mundo anda meio febril...anda quente demais. Talvez tenhamos que remontar o nosso quebra-cabeça. Talvez tenhamos que começar pelas partes parecidas, pelas pessoas que se parecem.