quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Cinderela Virtual

Como o começo de todos os contos e apesar de tudo o que anda por fazê-los ausentes....era uma vez, uma única vez. Era uma vez uma noite, uma menina, uma música. Nunca um só conseguiu traduzir tanto, simplesmente por ter sido único.Foi um daqueles contos conhecidos das crianças pequenas e daquelas que ficaram grandes, na qual eu me encaixo.

A diferença foi o avesso! O avesso das abóboras e dos sapatinhos de cristal...Os beijos foram longos e o tempo curto, a bebida muita e poucas horas de silêncio com cinderela na varanda do castelo. O céu ja chamava as seis com aquela cor já conhecida e cinderela se foi na confusão de seus passos. Eu acredito na coincidência de tudo....o seu carro devia mesmo ter virado uma abóbora, já que tenho certeza que ela se transformou! Virou palavras na tela de um computador. Até minhas lembranças agora estão impressas nesse tal de "veículo" da qual eu possuo cinederela e suas belas letras. Só não posso levá-la para passear.Talvez os novos tempos tentem trazer toda a grandiosidade dos caminhos por quais passamos na vida. Uma situação única como muitas pela qual nós esqueceríamos através dos dias, hoje permanece!

Era tudo para nunca mais vê-la. A impressão que têm-se de um presente efêmero se pinta de todos os quilômetros que já andamos! O mundo realmente aumentou...Ando por aí as vezes querendo encontrar cinderela, mas o que eu encontro por enquanto são carinhas, palavras e exclamações. Quando nos encontramos estamos a muitos bancos de praças enfileirados um do outro. É engraçado, antigamente existiam castelos e não internet. Devo mudar o modo que vou contar as hitórias dos contos para os meus netos?Todas as coisas no mundo me sugerem alguma coisa virtual. Estou repassando e enchendo a máquina com a minha voz e meus sentimentos. Até cinderela aderiu ao veículo das letras com todo o seu ar de momento único. Não perdemos o contato e mantemos o momento......o único que perdura.

A minha rede de caminhos são relembradas dando asas a minha nostalgia. Tenho até saudade do que não existiu, mas mesmo assim prefiro os olhos do que as telas. É que eu demoro a aprender novos jeitos de passear, de comemorar.

- Cinderela, você gostaria de dar uma volta em uns sites? Tem cada um interessante, lembrei logo de você quando vi um, um dia desses.

- Cinderela, gostaria de tomar uma cerveja e bater um papo, eu pego uma gelada daqui e você pega uma daí e fazemos um brinde!

- Ah Cinderela, se eu fosse um príncipe de verdade, eu faria um cavalo no Flash e iria te buscar pelos chats......

- (...) É realmente tenho que aprender....me ensina ou aprende comigo cinderela?Na verdade devo admitir que se não fosse a tela, nunca mais encontraria cinderela em uma grande chance! Ou a encontraria pouco em uma pouca chance. Mas mesmo assim chego a conlusão as vezes que eu não mais a vi em momento algum e tenho certeza que esse conto será decidido virtualmente, na intimidade da tela com tela....com cinderela.

2 comentários:

Arthurius Maximus disse...

Muito interessante o texto. Dá uma visão diferente e lírica dos relacionamentos virtuais. Bem bolado.

Tati BMB disse...

Talvez a cinderela seja ainda mais cinderela por poder ser qualquer coisa e se transformar o tempo todo... não mais só abóbora, mas também uma cereja ou até um abacaxi. O lugar certo das cinderelas talvez seja mesmo a intenrnet, onde boa parte do que não conhecemos no outro exige um esforço de imaginação e fantasia.